sábado, 17 de março de 2012

O CHIMARRÃO OU MATE E O TERERÉ


Percorrendo nossa cidade, avistei um casal de origem nipônica com uma cuia na mão, não sei se estavam tomando chimarrão ou tereré. Suponho que seja Tereré, pois era lá pelas 15:00 horas. Em guarani a pronúncia e a escrita é Terere, fechado, pois a última sílaba não é grafada quando é oxítona, ao contrário do português. Tereré, assim acontece com todas as palavras guaranis, como pirapire, dinheiro, errado escrever pirapirê.

Quando criança, convivi com muitos indígenas e paraguaios serradores de tora em nossa propriedade denominada São João e Penha, lá na Picadinha, adquirida por meu pai e minha mãe há mais de setenta anos. Para agüentar o calor daquela época já era costume socorrer-se dessa bebida, utilizando-se a água fresca do poço. Hoje na modernidade tem a geladeira, o frízer e outros locais onde se pode refrescar a água.
Não era costume do branco tomar terere, visto que era coisa de índio, mas como é uma cultura forte e boa, foi absorvida por todos, independente da raça. Vemos assim hoje jovens, adultos e idosos com este hábito e muitos brasileiros que partiram para outros continentes sempre cultuam o terere onde está, cujas ervas são enviadas daqui, mas já são encontradas nos supermercados da Europa e Ásia, principalmente.
         Tereré é uma bebida feita com a infusão da erva-mate (Ilex paraguariensis) de origem guarani. É consumida com água ou limão, principalmente e também com sucos, hortelã (Mentha arvensis), cedrón (Lippia citriodora), peperina hortelã, cocú (Allophyllus edulis), entre outros.


 
Cuia de Chimarrão
Quanto ao Chimarrão ou mate, este último termo era principalmente o nome que se dava e ainda se houve dentre os mais antigos de nossa região. O chimarrão (ou mate) é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, também  um hábito legado pelas culturas indígenas quíchuas, aimarás e guaranis. Ainda hoje, é hábito fortemente arraigado no sul do Brasil parte da Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai, principalmente na Argentina, nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para tomá-lo precisa-se de uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água morna.
O termo mate, como sinônimo de chimarrão, é mais utilizado nos países de língua castelhana. “O termo "chimarrão" é o adotado no Brasil, embora seja um termo oriundo da palavra castelhana cimarrón, que designa, por sua vez, o gado domesticado que retornou ao estado de vida selvagem”. O chimarrão chegou a ser proibido no sul do Brasil durante o século XVI, sendo considerada "erva do diabo" pelos padres jesuítas. A partir do século XVII, os mesmos passaram a incentivar seu uso com o objetivo de afastar as pessoas do álcool.”
Cuia é um termo, de origem Tupi, tem várias acepções. É muito utilizada para fazer chimarrão e tereré. Diz-se que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio, e que "Cuiabá" seria "rio criador de vasilha" (cuia: vasilha e aba: criador). Conta-se também que estava um índio à beira do rio com uma cuia na mão e que a mesma escapou-lhe e foi pela correnteza, tendo o índio exclamado: Cuiabá, quis dizer cuia vai. São contos, mas a mais correta  seria rio criador de vasilha.
Existe para o chimarrão vários tipos de cuia. Meu avô  materno, Mantilha Martins (Vô Chiru) que nasceu em São Borja-RS, dizia que os seus ancestrais contavam que conforme era o tamanho do papo, era o tamanho da Cuia.
Avistamos o pessoal em Dourados, gaúchos de origem italiana, alemã, ou os rio-grandenses e aqueles gaúchos do pelo grosso, os chamados guascas, saboreando o chimarrão ou mate com os sul-mato-grossenses e mato-grossenses, seus descendentes.
                              Hoje existem para o Tererê ou Terere várias ervas com sabores diferentes. A erva-mate feita no barbacuá é artesanal, de origem guarani, pura, mais grossa, socada no pilão, que costumamos fazê-la em nossa propriedade com o auxílio dos índios da nossa região. É muito forte e quem não está acostumado pode estranhar, pode-se utilizá-la também para no preparo do chá no calor do fogão de lenha.
Dourados-MS, 15 de Março de 2012.
José Tibiriçá Martins Ferreira, advogado, licenciado em Letras com Inglês, cursou o Idioma Guarani Ñandéva.

sexta-feira, 16 de março de 2012

PARALISAÇÃO DOS EDUCADORES

 
Os trabalhadores em Educação de todo o Brasil, paralisaram as suas atividades, aliás,  não paralisaram, na verdade, deram uma aula diferente e de cidadania. No entanto, o governo André Pucinelli exigiu a reposição destes três dias. Um absurdo, tendo em vista que as reivindicações dos professores uma vez atendidas resultarão em benefício de toda a sociedade.

FEMPOP NOS ANOS 80


Festival Estudantil, em especial na década de 1980. evento que reunia cerca de 5.000 pessoas, no antigo Ginásio de Esportes do Clube Atlético Operário. Hoje, infelizmente, o movimento estudantil não tem sido capaz de reeditar este festival. Vale dizer que o mesmo conseguia se constituir em lazer e forma de expressão política dos estudantes sobre a vida política, econômica, social e estudantil. Bons anos, aqueles.

Praça do Cinquentenário


Praça do Cinquentenário, na década de 1980.É assim que nós esperamos vê-la novamente, apropriada pela população.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Geovana e Paulo em frente a base da chaminé da usina velha


Foto da Usina Velha tirada de lado

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ACADEMIA DE SAÚDE PARA O MARACANÃ E CABECEIRA ALEGRE

A presidente Dilma Roussef implantou um programa de construção de unidades de  Academias de Saúde, as quais podem ser instaladas em praticamente todos os municípios do País. Este programa é coordenado pelo Ministério da Saúde.
Estas academias são espaços nos quais a população contemplada poderá realizar atividades físicas, adquirir hábitos alimentares saudáveis, combater a obesidade, etc.
Para Dourados estão previstas a construção de 12 academias de saúde, com início previsto já para o ano de 2012,graças a uma emenda apresentada pelo Deputado Federal Geraldo Rezende (2 milhões de reais). 
Diante desta boa notícia nós moradores das regiões Cabeceira Alegre e Maracanã, entramos na luta pela construção de uma academia de saúde em uma delas. Estamos fazendo circular um abaixo-assinado como forma de assegurar que esta sonho se concretize.
Sabemos que precisamos fazer uma disputa bem organizada, qualificada, haja vista que outras regiões da cidade também estarão disputando estas academias. Logo, os coordenadores do movimento de Cidadania da Cabeceira Alegre e Maracanã, fazem um veemente apelo para que todos moradores da região se empenhem nesta luta.
Converse com o seu vizinho, vereador, deputado, prefeito; divulgue nas redes sociais (Facebook, Orkut, etc); escreva artigos, faça reuniões. Não queremos ficar chupando o dedo.
Aqui neste blog você poderá estar se informando sobre esta e muitas outras de nossas lutas. Pode também dar sugestões ou mesmo fazer parte deste movimento. O nosso e-mail para contato é: paulocabeceira@gmail.com. Pode também falar com um dos coordenadores provisórios do Movimento (Paulinho do Hemocentro e o Professor Enio Ribeiro)
Dourados, 26 de Janeiro de 2012
À Coordenação


Veja imagens que podem muito bem dar uma ideia dos esquipamentos que são instalados nestas academias de saúde, acessando o site do Ministério da Saúde, clicando AQUI

A CABECEIRA ALEGRE DEVE TER...



*Enio Ribeiro de Oliveira
A região da Cabeceira Alegre, apesar de muito antiga, está desprovida de uma área de lazer, desportos e atividades físicas, a exemplo dos existentes nas regiões do Flórida (Parque Antenor Martins), Grande Água Boa (Centro Desportivo e Cultural Jorge Antônio Salomão), e o Centro da Cidade (Parque Arnulpho Fioravanti).
Diante disso, nós, moradores desta região, precisamos nos articular e cobrar de nossas autoridades (vereadores, prefeito, deputados, senadores, governador, etc.), a inclusão em seus planejamentos de recursos para a construção de algo semelhante para a mesma.
As lideranças comunitárias, religiosas, escolas e a população de maneira geral da Cabeceira Alegre e região, devem, desde já, iniciar a discussão e a disputa de orçamentos para esta finalidade. Pois sabemos que, uma obra deste vulto, não é uma coisa que o Prefeito pode assumir o compromisso de fazê-la de forma impulsiva, haja vista demandar investimentos vultosos. Só pode ser viabilizada mediante um planejamento muito criterioso e de alocação de recursos nas três esferas de poder (município, estado e união)
O primeiro passo é incluir esta discussão nas Leis e Diretrizes Orçamentárias do Município (LDO) e na Peça Orçamentária Municipal, as quais devem ser aprovadas respectivamente em Junho e Dezembro 2012, e desta forma ser iniciada sua execução a partir de 2013
Exige também que sejam providenciadas emendas da bancada federal e Brasília, envolvendo, sobretudo, os deputados federais Geraldo Rezende e Marçal Filho e o Senador Delcídio do Amaral.
Também por ser 2012 um ano eleitoral, penso ser oportuno, comprometer os candidatos a vereança, prefeito e vice-prefeito, com esta reivindicação.
A Peça Orçamentária de Dourados para 2012 é de R$ 698.040.790,22. Portanto, havendo uma ação planejada, é possível, incluir esta área de lazer já para 2013 como uma prioridade e, ao mesmo tempo, viabilizar recursos para a sua construção.
Além do mais, se a mobilização for realizada nos termos propostos neste artigo, se constituirá em uma experiência educativa muito rica para o exercício coletivo da cidadania, tendo em vista que o cidadão passará, a saber, que existem instrumentos legais (Plano Plurianual, LDO, Peça Orçamentária do Município) através dos quais, ele pode fazer disputa de recursos para obras, serviços e ações, consideradas prioridades pela sociedade e não apenas pelos governantes.
Exatamente por esta razão, as autoridades não dão a devida divulgação destes instrumentos, aliás, uma forma de sutilmente excluir a sociedade das decisões da municipalidade, notadamente no aspecto econômico.
No entanto, a Constituição Brasileira de 1988, criou estes instrumentos, objetivando exatamente avançar rumo à democracia participativa, que nada mais é que, o poder político e econômico apropriado pelo povo.
Finalizando o meu raciocínio, quero dizer, esta obra em longo prazo, assegurará ao município uma maior economia: pois, a população tendo este espaço para lazer, cultura e exercícios físicos, desfrutará de melhor saúde, viverá melhor humorada e mais harmonicamente, etc., onerando menos o Sistema Único de Saúde (SUS).
*Professor de geografia da rede estadual de ensino