sábado, 26 de fevereiro de 2011

Divino, uma figura folclórica

o
Divino da Luz, personagem folclórico da Cab. Alegre, foi homenageado pelo Midiamax e Folha de Dourados, em 31 de Dezembro de 2010, na forma de um artigo produzido pelo Jornalista Nicanor Coelho, no qual é relatada parte de sua vida de forma alegre e irreverente, mas que em nenhum momento, o desmerece ou fere a sua linda história de vida. 
Eu particularmente, sou um grande dmirador desta figura, tendo que em vista que o mesmo dá um exemplo de dedicação à família, aos amigos e á igreja. Lembro também que sou seu freguês há mais de 20 anos, pois é melhor mecânico de bicicletas de Dourados. Fiquei seu freguês através de meu pai, Epifânio Ribeiro ('in memorian), o qual não levava a sua bicicleta em outra oficina.Para saber mais sobre este artigo, clique AQUI

Nosso primeiro aeroporto

sexta, 28/maio/2010 08:24:00
Isaac D. de Barros Junior *
Ao tornar-se novo município mato-grossense pelo Decreto Estadual de 1935, o ex- Distrito de Dourados perderia direitos de usufruir benefícios da municipalidade pontaporanense.
Passadas as festividades, João Vicente Ferreira, prefeito nomeado pelo interventor (governador), procurou os munícipes para pagarem impostos.
E enquanto os contribuintes não tiravam dinheiro da guaiaca, o único funcionário municipal contentou-se em receber algumas doações. Izidro Pedroso, prontamente, ofereceu uma área destinada a servir de cemitério municipal; Ponciano de Mattos, prefeito de Ponta Porã, doou outra para servir como futuro aeroporto, enquanto a família Pires cedia um pedaço de terras para erguer o prédio da prefeitura.
Como os terrenos nessa época tinham pouco valor, transações documentavam-se na palavra dos proprietários doadores, respeitadas pela tradição.
O cemitério santo Antonio, foi municipalizado legalmente após algum tempo. Enquanto que o quarteirão destinado ao Paço, virou uma praça. Esta, para desgosto do Januário de Araújo, ficou com o nome de Antonio João.
Entretanto, no local que deveria continuar existindo o "campo de aviação", ergueram um colégio e a praça do cinqüentenário.
Sabe-se historicamente, que Antonio Emilio de Figueiredo, foi contratado pela prefeitura, para destocar um aroeiral existente nos altos da Cabeceira Alegre. O motivo principal da empreitada, era preparar uma pista de aeródromo, destinada a tornar-se campo de pouso para aeronaves.
Figueiredo, que falava fluentemente o guarani, entusiasmado comprou todas as ferramentas desse empreendimento, usando seu próprio dinheiro na contratação de operários paraguaios. Na força bruta, prepararam a pista do futuro aeroporto, construindo um hangar e outra peça menor para depositar combustível.
Pronto, os presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Janio Quadros e João Goulart, fizeram conexão nesse primeiro aeroporto.
O senador Filinto Muller e sua esposa dona Consuelo, idem. Governadores, como Ademar de Barros de São Paulo e João Ponce Arruda do Mato Grosso, também.
O coronel Eurico Gaspar Dutra, futuro Marechal Ministro da Guerra, se valeu desse pequeno aeródromo, quando comandou o 11° Regimento de Cavalaria na fronteira.
As companhias áreas Real e Nacional, ali pousaram regularmente nas suas conexões, para abastecerem e embarcarem passageiros.
O deputado federal Dr. Weimar Gonçalves Torres, embarcou por lá, partindo para seu trágico vôo.
Os agentes Laudelino Machado e Roberto Pérez, ali vendiam passagens para os interessados na escala comercial até grandes centros. Adalto Rigotti, para tanto, usava telefones a manivela reservando passagens áreas em Londrina e Campo Grande.
Porém, esse primeiro aeroporto construído no bairro da Cabeceira Alegre, quase foi palco de acontecimentos, que só não resultaram numa fatalidade, graças à boa vontade da população douradense.
Ocorreu que nos anos cinqüenta, um rádio amador de nome Pedro Recci, captou um pedido de socorro em péssimo espanhol.
O chamado desesperado era de um piloto militar americano, fazendo coro com gritos da sua tripulação, perdidos na rota devido ao mau tempo.
Estando quase sem combustível, voando baixo no espaço aéreo douradense, esse aviador implorava por ajuda para pousar. Celso Amaral, chamado as pressas naquela noite, falando em inglês, inteirou-se do iminente desastre.
Orientado pelo experiente piloto daquela aeronave, Celso Amaral deslocou alguns motoristas da cidade para iluminarem a pista, onde o avião finalmente aterrissou.
A tripulação agradecida, meses depois, retornaria a Dourados trazendo uma salva de prata, entregando-a ao prefeito como símbolo de gratidão.
Resumindo esta narrativa, só o empreiteiro Antonio Emilio de Figueiredo, construtor do nosso primeiro aeródromo, nunca recebeu seu dinheiro pelos serviços prestados a municipalidade.
Penso que nosso atual Aeroporto, no mínimo, deveria ter o seu nome. Mas, para piorar a grande ingratidão feita com aquele cuiabano pioneiro, autoridades aeronáuticas, mudaram até o aeroporto de lugar...
*advogado criminalista, jornalista. e-mail: isane_isane@hotmail.com
Artigo publicado no Jornal O Progresso e o Jornal virtual Douradosagora